Katherine Coleman Goble Johnson, matemática que trabalhou na NASA. Imagem de 1966 (Foto: NASA; restored by Adam Cuerden/Wikipedia Commons) |
Em novo livro, brasileiras resgatam histórias de mulheres matemáticas
Percebendo a falta de representavidade de
mulheres na matemática, três pesquisadoras brasileiras escreveram um
livro para contar a trajetória de nomes importantes para o setor. A obra
A História de Hipátia e de Muitas Outras Matemáticas, publicada pela
Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), acaba de ser lançada e pode
ser acessada digitalmentede maneira gratuita.
As
autoras são Cecília de Souza Fernandez e Ana Maria Luz Fassarella do
Amaral, professoras do Instituto de Matemática e Estatística da
Universidade Federal Fluminense (UFF), além de Isabela Vasconcellos
Viana, graduada em matemática pela UFF.
Segundo Fassarella, o livro é resultado da extensão do projeto Mulheres na Matemática
da UFF, um portal dedicado a apresentar dados sobre a participação
feminina na área, criado em 2017. "Percebemos que tínhamos um material
rico que poderia servir de referência para meninas", ela conta à
GALILEU. "Muitas jovens interessadas na carreira não a seguem por falta
de identificação e de conhecimento de que há mulheres na profissão. Por
isso, é importante mostrar modelos."
Para a obra, foram
escolhidas 15 mulheres: Hipátia de Alexandria, Maria Gaetana de Agnesi,
Marie-Sophie Germain, Sofia Vasilevna Korvin-Krukovsky, Amalie Emmy
Noether, Mary Lucy Cartwrigh, Marie-Louise Dubreil Jacoti, Marjorie Lee
Browne, Maria Laura Mouzinho Leite, Katherine Coleman Goble Johnson, Julia Bowman Robinson, Mary Ellen Rudin, Marina Ratner, Laure Saint-Raymond e Maryam Mirzakhani.
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As
histórias são contadas de forma cronológica: começa com Hipátia, pois
ela é considerada a primeira matemática do mundo; e termina com Maryam
Mirzakhani, que em 2014 tornou-se a primeira mulher a ganhar a Medalha
Fields, um dos principais reconhecimentos para os matemáticos.
Fassarella
afirma que uma das surpresas no desenvolvimento do livro foi conhecer
as dificuldades que essas mulheres enfrentaram. "Muitas não conseguiram
ser professoras só porque eram mulheres", ela diz. "É preciso conhecer a
luta e história das mulheres, que até hoje lutam pela igualdade na
matemática."
No projeto Mulheres na Matemática, estudantes da UFF
ajudaram a escrever os perfis das matemáticas retratadas na obra. Neste
livro, as três pesquisadoras atuaram em conjunto para atualizar as
descrições e inserir novos dados. De acordo com Fassarella, a obra está
disponível online para que possa atingir a maior quantidade de pessoas.
Ela ainda espera que o material possa ser usado nas aulas de matemática
das escolas brasileiras.
Fonte: Revista Galileu
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Valdivino Sousa é Professor, Matemático, Contador, Bacharel em Direito, Pedagogo e Mestrando em Educação. Editor do blog Valor X Matemática News, e escreve sobre: Educação Matemática, Didática e TICs na Educação. E-mail: valdivinosousa.mat@gmail.com 🖼Instagram: @valdivinosousaoficial 🔯Veja Biografia